Josefa de Lima* é licenciada em Sistemas Europeus de Educação de Infância, tendo feito especialização em Práticas Pedagógicas e Metodologia na Educação de Infância na Universidade Autónoma de Barcelona, ao abrigo do programa Eurasmus. Para além de uma vida ligada ao ensino e à educação, onde chegou a exercer cargos de coordenação e direcção, Josefa de Lima tem repartindo a sua vida entre a imprensa, (Bragança, Lisboa, Algarve) o teatro, a escrita e a rádio.
No campo do teatro passou por três companhias com papéis de destaque, em algumas delas, porém é no campo da escrita que desde cedo começou a angariar uma legião de fiéis leitores. O seu primeiro livro foi alvo da atenção de David Mourão-Ferreira que prefacia "À Esquina do Olhar", e que valeu a Menção Honrosa no concurso de poesia "Prémio Internacional da Paz - 1988"; sendo ainda alvo da atenção do Mestre Martins Correia, que ilustrou a capa e contrapa.
"Nascida em Vila Real de Santo António, regressou de Lisboa ao berço do Sul em tempo já de "madureza". É uma das mais singulares vozes da poesia portuguesa da contemporaneidade."
Magnânima, de māos sempre abertas, rasgado sorriso. Alta e forte - corpo de terra - lenço atado por baixo do queixo, avental atado sobre a saia rodada, ampla e longa, semeada de brancas, miudinhas, num fundo escuro.
Os seios enormes que lhe sobravam na blusa de botões prestes a saltar aliados à palavra fluente dita em ocasião própria, espirituosa e divertida, davam-lhe um "certo ar", como dizer? imponente. O olhar triste e desenganado, por certo não condizia com o que atrás foi dito, mas como um íman, atraía um desfiar de desgraças e de alegrias de quantos, dela, se aproximassem. Para todos, a dona Patronila tinha sempre una palavra de conforto e de esperança, e um abraço que distribuía sentidamente.
Possuía, ainda, uma qualidade invejável para a época: sabia ler e escrever.