About the Book
A exemplo do poema-preâmbulo - que lhes conta um milagre em poesia - certas perplexidades desta obra, em três livros, representam uma força milagrosa e premonitória que exsurge como uma fonte de luz entre rochas, por onde desce a água que sacia a sede de contar o que em milagre a poesia permite, nas dores e alegrias, verdades e ilusões, que as palavras suportam; sentem, porque vivas; e fazem sentir, porque vivazes geratrizes de estrelas em pensamento. A obra, desde os dois poemas do preâmbulo - mormente o segundo, que serve de título principal, - encadeia uma sequência que se inicia pela "poesia" (Livro I), decantada 'em poesia' como matéria e instrumento de dignidade e libertação do homem; passando por uma via tormentosa (inclusive no amor), um certo purgatório (Livro II, O julgamento) onde se reciclam dores, dramas e se refletem sobre dilemas, alguns infinitos (do poeta e suas personas), do mundo, do homem; chegando à salvação pela beleza do amor (Livro III), onde se examina o amor, a paixão, até o ápice da beleza do amor da mãe como uma espécie de mantra que nos eleva às mãos de Deus. Para ao final passear com rinocerontes voadores (pedindo permissão a Drummond, exímio construtor de elefantes) criados especialmente para regeneração do homem, neste tempo de expiações.
Leia o prefácio, você não vai resistir...
Lá está dito: " (...) Não por importância, naturalmente, mas é impossível não relacionar a tríade que agora estamos entregando não apenas aos leitores de poesia, à monumental herança de Dante Alighiere e sua Comédia(2), depois chamada de "Divina", com muita justiça, por Boccaccio. A lembrança nasce do acaso numérico (três livros) mas não deixa de se enlevar por este prodígio de setecentos anos. Evidente não estamos a comparar nossa obra com a Opus Magnum do "pai da língua italiana"(3). Feito este comentário, quero lhes dizer da viagem poética que proponho em três livros, compondo uma única obra, a partir de um dilema, que nasce não sei exatamente onde, mas exsurge de uma busca (talvez a busca de uma pureza ou da própria felicidade); desde onde nasce, ou se revela, ou se anuncia: "A POESIA"; passando pelo suplício do homem face à sua frigidez moral em "O JULGAMENTO"; e terminando em sua salvação, "O AMOR". (...)"
E continua: "(...) Aqui o amor - todos os amores - são examinados, cantados, numa tentativa (insatisfeita, é claro...) de elevá-lo à instância máxima da natureza humana. Também revelado em suas idiossincrasias, vicissitudes, porque a salvação aqui na Terra é feita de amor e muito suor, sofrimento, tentativas, dor. Na comparação imprópria com a Divina Comédia (observe, o leitor, que aqui o inferno foi dissolvido desde logo pelo advento da arte), como se o poeta - este louco e cristão apaixonado - provocasse o suicídio do impronunciável inimigo, anunciando "A PROMESSA" (da arte), em poesia. O MILAGRE CONTRA A LUA DE MORTE Espero que ao compreender o caráter universal da "Promessa", possam - os leitores - ainda antes dos três Livros, pacientemente, apreciar "O MILAGRE (...) ", que vence a luta "(...) CONTRA LUA DE MORTE". Propositalmente, estão fora dos três livros, como uma espécie de preâmbulo norteador da obra, os poemas "A PROMESSA" e o "MILAGRE CONTRA LUA DE MORTE", que serve de título principal à tríade, porque acredito que tenha sido um desafio fundamental, revelar em poesia, doses de verdades eloquentes. Encerro assim o prefácio: Então - tenham certeza meus amigos e amigas - que prestam homenagens à poesia como uma bela sobremesa da vida, esta obra é dura, mas pura como sal marinho, reluz como ouro em meu coração de pobre, para quem sabe um dia se tornar um diamante. Saiu chorando de meus amores mais tranquilos, depois morreu, e tornou a renascer em meus braços: ei-la!