A consagrada poetisa brasileira Adélia Prado, em uma de suas muitas entrevistas, disse: "A arte é sempre humanizadora, fonte e caminho de individuação. Leio poesia como leio - ou rezo - os salmos.
A poesia é fraterna, solidária, chama tudo a um centro humano-divino. É sempre comunhão."
Quando a arte me visitou, pelo que lembro, tinha por volta de 6 anos e vivia distraída com nuvens, formigas, labigós, folhas de árvores, florezinhas perfeitas e minúsculas que brotavam em plantinhas feias, quase capim, que ninguém queria usar para enfeitar as mesas.
Soube, já crescida, que Manoel de Barros disse que "Passava os dias ali, quieto, no meio das coisas miúdas. E me encantei". Senti, lendo isto, que poema não é coisa óbvia, está mais para ponte, conduzindo o que não se consegue explicar ao que se precisa sentir para avançar, entende? É a florzinha perfeita que brota em matinhos feios. É o enfeite mais fino que se pode alcançar para nossa mesa.
Assim, com simplicidade, compartilho meus primeiros poemas, alguns escritos há muitos anos, outros, há algumas semanas. Talvez fique claro como a poesia também me molda, ao longo da vida. Que seja, sou grata por isso também! Escolhi não criar capítulos, sessões ou subtemas que dividam esse material em partes pois, acredito, que esta escrita foi feita inteira. Desejo que, em todas as páginas, você encontre uma emoção boa que te lembre de sonhar e, quem sabe, acordar mais feliz na manhã seguinte, sabendo que a arte tem a gentil potência de guiar tudo para o amor que salva.
A autora