About the Book
É com imensa satisfação que faço uma apreciação deste livro de poesias da nossa querida fatecana, Vana Miletto, uma pessoa cuja sensibilidade conquista todos a sua volta. Tendo recebido o dom da inspiração em misturar palavras trazendo-lhes sentido das vivências de seu tempo, a autora consegue encantar pelo estilo da escrita que, embora clássico, se faz entender pelas pessoas mais simples, pelo fato de retratar a realidade com sentimentos que todos vivenciam no cotidiano. Percebe-se, neste livro, as temáticas mais marcantes que a autora reporta sendo a primeira, já traduzida no "Lembranças: primeiras poesias", os sentimentos reprimidos pela ausência prematura da querida mãezinha, quando o leitor vai sentir as emoções do entrelaçamento mãe e filha, latentes e explícitos, cujas comparações acabam por determinar a dependência que a filha mantém da presença materna. Eis um motivo para transformação da alma provocando um estado de tristeza que, por vezes, tira a vontade de viver quando a saudade martiriza a alma no dia-a-dia. Mas, é através do sonho que, a espera infinita pela presença de quem não pode mais estar entre nós, acaba se tornando uma realidade fugaz. A genialidade da autora, por vezes, trata a solidão e a angústia da perda como algo que não é definido pelo gênero. Neste caso, a ausência materna pode ser entendida como ausência de qualquer outro bem querer. Na segunda temática, "os amores", a autora faz uma descrição do que seja amar alguém de modo concreto, intenso mostrando que existem momentos da vida em que as decisões não são nossas. O que acontece, muitas vezes, é força do destino. Perder os sonhos, seja qual for o momento da vida, sempre traz angústia e pesar, em especial os sonhos de menina, dos amores ainda não vividos, que se traduzem em mergulho numa solidão imensa. Perder os sonhos é possível, porém a esperança jamais. Impressiona, no entanto, o modo como a autora trata a condição do amor aplicada a uma pessoa que não se explica, necessariamente, por ser o companheiro conjugal ou, um outro, seja materno, paterno ou fraterno, pois o amor está sempre colocado como um sentimento superior, que se aplica a qualquer caso, conforme o sinta o leitor. Quem ama, incondicionalmente, tem medo de um dia perder esse amor ou, entre outras coisas, a sensibilidade por tudo aquilo que o reforça.A terceira temática que reconheço neste livro é a "paixão", um sentimento que nem sempre identifica o tipo de amor a que se presta: maternal, fraternal conjugal... não importa. O sentimento de que trata a autora é de pureza infinita, de quem não tem limites para amar, que ama de forma incondicional. A paixão pela pessoa amada vai além da esfera sentimental e se fixa na visão do corpo por inteiro, embora se revele, ainda, amor Platônico. O amor interpretado na loucura da paixão, entorpece, inebria a ponto de os sentimentos provocarem uma ilusão no cérebro, a confusão do real e do imaginário, do sonho e do desejo.A quarta temática, provavelmente, seja uma consequência do momento em que vive a autora, de estudos num curso superior de tecnologia, são as questões de "dualidade". Dois mundos a que estamos sujeitos carregam as polaridades da vida: razão e sentimento, bem e mal, amor e ódio, ter e ser. A autora contrapõe essas polaridades de modo sensível, mostrando a dualidade característica dos humanos.(...)Entre os diversos outros temas, a autora homenageia alguns de seus professores com poesias criadas a partir de suas aulas e, devo confessar, sinto-me lisonjeado, pois a partir de uma aula de Estatística, referindo-me aos aparelhos de medição, fui um dos homenageados. (...) Portanto, sem mais delongas, com a palavra a autora, Vana Miletto, com sua sensibilidade e inspiração para preencher nosso espírito de leveza com suas rimas de vida, vividas intensamente. Cesário de Moraes Leonel FerreiraProf. Fatec de Itapetininga/SPDoutor em Educação - FEUSP