A brisa afagava meu rosto quando adormeci ao pé de uma árvore. Ao acordar, a paisagem mudara. Não mais uma floresta, mas uma planície árida sob um céu pontilhado de estrelas. Dois sóis, um dourado e outro azulado, pairavam no horizonte.
Esfreguei os olhos, descrente. Onde eu estava? Havia adentrado um sonho? Apertei meu braço. A dor era real. Precisava encontrar abrigo antes que a noite caísse.
Vaguei por horas até avistar uma floresta exuberante. Segui uma trilha irregular que me conduziu a uma clareira, onde uma imponente torre de pedra se erguia, envolta por galhos retorcidos.
Bati na pesada porta de madeira. Nada. Tentei novamente, dessa vez com mais força. Passos ecoaram do interior da torre. A porta rangeu e uma mulher alta surgiu. Seus longos cabelos negros emolduravam um rosto de pele clara e olhos verdes penetrantes.
Quem é você? Onde estou? - perguntei, confuso.
Seja bem-vindo à minha torre. Eu sou Alina, guardiã desta floresta - respondeu com uma voz suave.
Alina me acolheu aqueles dias, oferecendo comida e abrigo enquanto me explicava sobre Wastervale, uma terra de mistérios e perigos. Sua companhia me tranquilizava, mas eu ansiava por explorar aquele mundo singular.
Devo partir em breve - declarei certa noite.
Alina fitou-me com seus olhos antigos.
Irá enfrentar grandes desafios lá fora. Mantenha-se atento e siga seu coração.
Assenti, grato por sua sabedoria. No dia seguinte, empreendi minha jornada, dirigindo-me à beira do vasto deserto à minha frente. Embora incerto sobre o que me aguardava, sentia-me pronto para desvendar os segredos daquele mundo e encontrar meu caminho entre sombras e luz.